26 de fevereiro de 2012

{ ... }

Já era a terceira vez na semana que ela dormia, diante daquele silêncio, dos ventos mornos de uma tarde úmida e, acordava ainda dia. A sensação, de não mais silêncio, mas vazio completo.  O coração acelerado e o pôr-do-sol era o único a presenciar aquela indesejada calmaria da alma, um marasmo enjoado dentro dela...
O pôr-do-sol a observava com a face rosada. Seria de vergonha? Aquela sensação de quem te olha de longe... Enquanto você não percebe... E quando você se dá conta o olhar desvia.
A vergonha logo apareceu em sua própria face, vergonha da sua solidão, da sua ingenuidade... Como um ser humano que sente em seu mais profundo íntimo a sensação de falta, de espera, de ânsia, de medo e querer. Como quem se deixa abater pelos mais ínfimos acontecimentos, como um ser extremante frágil diante da imensidão do nada que é apresentado todos os dias, de diversas formas.
O nada é o ataque à nossa sanidade, à nossa natureza carente.
Ela então olhou o céu tímido, onde aos pouquinhos foi ofuscando as nuvens e deixando ela sem que nada pudesse fazer a não ser, talvez, buscar as estrelas pra que ela, da janela, pudesse ter a quem olhar nos olhos sem medo.

Por Aslien.