11 de julho de 2013

Delírios.

É bem verdade que o sofrimento é o estopim da revolução e que muitas vezes me iludi achando que eram mesmo iguais nossos sentimentos. Bem, era o que você me dizia quando eu insistia que "não". 2,66 é só peso do prato. Nada tem a ver com o coração.
Aliás, o que têm a ver com o coração?
Talvez apaixonados tenham a resposta, ou acham que têm. Eu achei que tinha.
Agora tudo parece breu, aliás, outra vez me pego desamparada onde só minhas visões e vislumbres de felicidade são os culpados.
Pois agora sim me vejo encurralada, se nem ao menos vislumbrar a felicidade eu posso sem no final me atormentar. Vive-las então, seria a morte.  Que, aliás, infelizmente, sob essa condição estaria longe de mim.
Basta-me reagir de alguma forma, já que nem mesmo assistir apática a tudo não me bastaria, só traria mais desgosto e sobreviver ficaria complicado, se me permite o eufemismo da palavra. Comecemos por conter lembranças suas. Colocar uma cerca de neurônios elétricos e treinados para não deixar você ultrapassar o limite de minha consciência. Todas elas. O primeiro momento em que fitei você sentado concentrado em sua tarefa, as pernas cruzadas, cabeça baixa, seus cabelos ligeiramente caídos nos olhos, mas dava pra ver eles contraídos em concentração. As vezes que eu saía mais cedo pra te ver. Ou quando peguei o ônibus para sua casa por impulso. Até o dia que você, por forças maiores, bem maiores que eu, porém, menores que meu amor te fez partir. E tudo o que disse no passado passou a doer e, estrangulou meu coração. Meu ser em colapso ficou procurando um por quê. Talvez fosse a diferença de “quereres”, enquanto meu desejo era estar com você, o seu era que eu fosse outra pessoa.
Depois colocarei foco. Meu objetivo é ser ouvida, é libertar! E bem verdade que multidões possuem maiores vantagens, a quantidade é estrondosa, mas para minha satisfação possuo as mesmas armas. Enquanto um milhão de canhões estiver atirando, estarei eu com o meu único canhão atirando também. E se ele atingir nem que for um ser humano, que provavelmente humano será de fato, já estarei perto daquilo que chamam felicidade. E poderei enfim “desaprisionar” meu cérebro, e estabilizar meu coração, que baterá em compassos calmos e gentis.

Por Aslien.