26 de março de 2011

o que chamam de Amor.

O amor é inexplicavelmente poderoso e maior que tudo.
Então por que insistem em impor limites sobre ele?
Existem tantas forma de amor, e isso é tão bom e bonito, que nossos olhos não conseguem ver.
E seria egoismo estipular um único como sendo o certo.Estipulam porque não enxergam além.
Não enxergam como isso limita e impede a paz que tanto falam e desfalam.
Todos os amores deveriam exister e serem aplaudidos.
Mas o mundo de cegos ainda se perguntam: "Cadê a paz no mundo?"

medo.

Correndo, com um peso nas costas e já cansado de tanto ler. Eis que a frente vê uma lanchonete, e ele estava com fome.
Fome demais. Assim que pega o salgado recém aquecido, sente seu estômago cheio, boca seca, um vento frio. Custando engolir
Senta-se na praça contra o vento, onde pudesse ser encoberto todo seu corpo pelo céu azul. Sentia-se um ponto cinza.
Difícil a deglutição...
"Caramba!"
"Que céu imenso né?"
A garota de saia que ele nem havia percebido se aproximar, exclamou, com um sorriso.
E com olhar incrédulo ele se vira pra ela:
"Está aqui há muito tempo?"
Gagueja.
"Não muito. Você parece assustado... Desculpe ter lido seus pensamentos"
Disse ela rindo. Difícil acreditar que ela tinha razão.
"Sem problemas."

(Silêncio.)

(Silêncio.)

"Sabe que é difícil acreditar que duas pessoas tão aleatórias possam estar se falando como se fossem velhos amigos..."
"Dificílimo, me sinto melhor aqui do que se estivesse com um amigo meu. Ele anda meio estranho, distante, seus olhos têm
Um peso enorme, bem diferente de antes... Eles eram doces...”
"Talvez ele esteja com problemas... Quem sabe se você lhe desse uma mão."

Ela lhe daria o céu naquele momento, talvez iluminassem seus olhos outra vez, porém:
"Quer um gole da minha coca?"
Ele não queria um gole de coca, queria somente estar no mesmo céu que ela, porém:
"Quero!"

14 de março de 2011

Corpo e coração



Uma mulher tece sua tese em meio a bagunça de seu quarto.
Cientista, ela já viu vírus, átomos e tudo. Autodidata. Tudo que sabe, entendeu por si.
Ela esfrega as mãos no rosto tensa, incomodada.
"Tudo?"
Doenças psicológicas são possíveis, ela sabia e já viu. Talvez se observar direito...
"Certo?"
Predisposições genéticas, pela idade, pelo grau de estresse, por infecções e fatores ambientais.
"Nada!"
A probabilidade de resolução, sabido de todos esses fatores, é exata. Sabe-se como evitar, inevitavelmente sabe consertar isso,
"Certo!?"
E na cadeira, cinza e desgastada pelas noites em claro, que ela passou analisando e se agoniando. Ela joga a cabeça para trás, vencida:
[consciência]... É provável que se você não é louca agora, vá ficar.
Eu venho com recomendações, mas elas se perderam.
"Onde?"
No tempo!
“Por quê?”
Não se sabe...
"Quando?"
...Me apaixonei.



9 de março de 2011

Comida.

Sabe-se lá onde era aquela cidade com 1800 habitantes, 966 mulheres e 834 homens.
Sabe-se lá quantas pessoas iam naquele bar, no centro
Quantas festas, quantas louças, quantas carros, quantas pernas em movimento
Vai saber o que aquele menino fazia lá sentado
Esperando, olhando, refletindo entre desenhos no guardanapo, olhando o cardápio
Onde deveria estar, sei lá, pescando com o pai, pegando o ônibus para a escola, comendo salada!
(Os adultos, seja lá quem sejam, falam que deve comer salada!)
Vai saber qual dos garçons trazia, se era o Matheus ou o Paulo que também trabalha na padaria.
Também não sei o que, pouco me importa, se sanduíche, macarrão ou torta. Mas o menino comia, e comia feliz. Cada pedaço. Cada momento. Cada..cada..cada...cadê?
Não sei, sei lá, tanto faz.
O menino é que escolhe o que come, porque ninguém mais pode comer por ele!