26 de março de 2011

medo.

Correndo, com um peso nas costas e já cansado de tanto ler. Eis que a frente vê uma lanchonete, e ele estava com fome.
Fome demais. Assim que pega o salgado recém aquecido, sente seu estômago cheio, boca seca, um vento frio. Custando engolir
Senta-se na praça contra o vento, onde pudesse ser encoberto todo seu corpo pelo céu azul. Sentia-se um ponto cinza.
Difícil a deglutição...
"Caramba!"
"Que céu imenso né?"
A garota de saia que ele nem havia percebido se aproximar, exclamou, com um sorriso.
E com olhar incrédulo ele se vira pra ela:
"Está aqui há muito tempo?"
Gagueja.
"Não muito. Você parece assustado... Desculpe ter lido seus pensamentos"
Disse ela rindo. Difícil acreditar que ela tinha razão.
"Sem problemas."

(Silêncio.)

(Silêncio.)

"Sabe que é difícil acreditar que duas pessoas tão aleatórias possam estar se falando como se fossem velhos amigos..."
"Dificílimo, me sinto melhor aqui do que se estivesse com um amigo meu. Ele anda meio estranho, distante, seus olhos têm
Um peso enorme, bem diferente de antes... Eles eram doces...”
"Talvez ele esteja com problemas... Quem sabe se você lhe desse uma mão."

Ela lhe daria o céu naquele momento, talvez iluminassem seus olhos outra vez, porém:
"Quer um gole da minha coca?"
Ele não queria um gole de coca, queria somente estar no mesmo céu que ela, porém:
"Quero!"

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