23 de setembro de 2019

Sobre cidades, ventos e aquele clichê todo.

Eu amo ver o vento batendo no rosto dela, eu amo ver aquele sorrisinho torto e discreto no rosto dela quando o vento tá batendo nela. Eu amo quando os cabelos ondulam o ar com caramelo... Sabe quando ela te olha prestando atenção em você? Toda séria e concentrada? Gente, amo. Mas também quando ela de repente da aquela risada rítmica boa de se ouvir e logo depois inclina a cabeça pra trás numa gargalhada maior ainda e volta com um sorriso mais contido, metade tímido metade quente... Quente? É, quente...como quem diz "cadê? Tem mais aí?" 
Eu me sinto a melhor pessoa do mundo só porque faço isso acontecer com ela.
É linda a forma que ela come com fome. É linda a forma como ela tenta entender tudo, sempre tem o outro lado ou os trilhões de lados sobre determinado fato. De tão irritante vira um charme. Aliás, isso é que não falta nela. Charmosa até lendo sem óculos. Até lendo bula de remédio. Isso existe ou eu tô maluca? É possível achar alguém charmoso lendo bula de remédio? Não me importo de estar maluca. É a pura verdade. Quem quiser tente ler meus olhos quando perto dela ou tente me entender, sei que ela tentaria! 
Ela diz que esse é um dos melhores jeitos de cuidar de alguém. E eu concordo. Mas o melhor é saber que ela cuida de mim como eu quero cuidar dela. Não tem sentimento melhor que essa tal de "reciprocidade". Sentimento esse seria o nome da minha cidade, digo, da nossa cidade, minha e dela. Mas quem tem cidade ?? Talvez um barco. Talvez uma gatinha chamada reciprocidade... Não!  Tá, tudo bem não tem como chamar nada com esse nome... Quero dizer deve ter um nome mais apropriado, que vá além, porque o que sinto vai além de qualquer cidade, de qualquer país. Só alguém que tenha o que tenho aqui dentro é capaz de falar tanta besteira e tanta coisa bonita atrás da outra igual tô fazendo agora. Aqui dentro tem um coração. Apaixonado? Talvez. Talvez quase total. Mas é um coração com algo dentro, algo bonito, algum reflexo de luz me atingiu no peito bem na hora que ela apareceu naquela noite sorrindo e achou de bom grado permanecer acomodado aqui comigo. Pra ser sincera, estou bem feliz com ele aqui dentro porque me faz sentir próxima dela e, de um jeito que a física não explica. 
E eu só quero continuar perto assim, por mais pelo menos 100 anos. Depois? Depois a gente vai pra um lugar com muito vento.