11 de maio de 2011

caixa de vidro.

E foi em uma caixa de vidro que eles se viram a primeira vez,
dentro dela se ouviam dois pulsares, dois olhares,
uma vontade, porém uma possibilidade.
A de morrer sufocados. Talvez fosse a solução, morrer para assim se libertar.
Mas os corações, e os olhares, as mãos seguradas?
E foi aí que em uma caixa de vidro eles se beijaram pela primeira vez.
Absortos no nós, nosso! A felicidade dobrou e o oxigênio ainda sobrou.
Mas até quando? Oh meu deus, precisavam sair dali!
Era o fim. Tudo perdido. Ela procurava uma saída ali, ele lá.
O olhar se perdia de tanto procurar. O oxigênio só diminuía. E como doía.
As mãos afoitas se perdiam entre paredes e dedos.
Coração!Oxigênio! Coração! Oxigênio!Corações...
O desespero, e o medo se alastravam fugazes, já não se via mais saídas,
muito menos se olhavam mais. As mãos se fecharam nos próprios medos.
Medo de se perder o que já se perdia.
E foi aí que em uma caixa de vidro, dois corações dormiram sozinhos.

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