4 de setembro de 2016

Presente

(Existem as coisas dos homi
As coisas dos bicho
E as coisas do amor alguém sabe me explicar?)

Foi na hora de se despedir, ele a acompanhava até o carro depois de uma tarde agradável, de repente ficou um silêncio que ele considerou como um ato pacífico. Para descontrair ele brincou com algo que havia dito antes e ela riu. Já estavam na frente do carro ainda sorrindo um para o outro e, como quem não sabe o que faz, as mãos dela procuravam na bolsa a chave. A mente dela devia estar a mil porque a chave estava ao lado da sua carteira à direita.... Na mesma hora ele foi tentar ajudá-la e as mãos se tocaram e automaticamente se distanciaram. Ele olhou pra ela e ela olhou de volta com um sorriso aberto. Tirou da bolsa não as chaves, mas um pequenino presente. Os olhos deles se arregalaram, o coração acelerou, os tímpanos escutavam somente as batidas ritmadas que vinham de dentro... Mais uma vez a mão se aventurou ao contato com a dela para alcançar o pequenino presente e por algum motivo uma força surreal os envolveu naquele momento e, tudo o fazia querer tê-la por perto. Seus olhos brilhavam, seus cabelos dignos de qualquer propaganda de beleza, até o jeito que a luz do sol a envolvia... Mas a melhor parte foi que ele percebeu que ela sentia o mesmo. Estavam conectados. E como se não suportasse andar contra a maré ele lhe beijou os lábios, vermelhos, macios e só quando largou é que se deu conta do que tinha feito, mas ela sorria o melhor sorriso da vida! Movida pela inércia ela entrou no carro e se foi. O menino permaneceu na calçada observando seu próprio íntimo lhe contar como se fosse um segredo: ela estava espantadíssima com a rapidez com que a paixão tinha lhe arrancado do chão.

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